domingo, 29 de novembro de 2009

Vem pra mim...

Estarei sempre aqui, a tua espera...

Quando estiveres sozinho,
Pensando na vida e sem um ombro pra chorar,
Quando você sentir saudades,
Quando você não tiver nada a perder,
Estarei aqui, de coração aberto...

Quando estiver com a boca seca,
Quando não souber mais cantar a aquela música,
Quando a tua voz sair roca,
Quando teus lábios estiverem secos,
Estarei aqui, de coração aberto...

Quando teus olhos se fecharem,
E você ter mais lágrimas pra chorar,
Quando você não enxergar mais as belezas da vida,
Quando você olhar pro lado e não ver mais a tua alma,
Não ver ninguém,
Estarei aqui, de coração aberto...

Quando precisares de um abraço,
Quando teu corpo estiver fraco,
Quando sentires dor,
Quando não conseguir levantar,
Estarei aqui, de coração aberto...

Quando não tiver mãos que afaguem teus cabelos,
Quando estiver precisando de apenas um aperto de mão,
Quando estiveres perdido e não saber que caminhos seguir,
Quando não sentir o cheiro das flores,
Quando o perfume da tua poesia esvair,
Quando a inspiração te faltar,
Quando as letras das tuas músicas não dizerem mais nada,
Quando você gritar e ninguém ouvir,
Estarei sempre aqui, com os braços a tua espera,
E o coração sempre aberto pra você...

Belém-Pará, dia 29 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

“Metamorfoseando – Aos Três.”

Sou uma metamorfose ambulante, e assim prefiro ser.
Sou a do Coelho, do Seixas e a que o Raul cantou,
Sou mais uma que metamorfoseando pelo mundo,
Criei no tempo, uma vida maluca beleza...

Vivo em disparada contra o sol,
Me jogo aos pés da saudade com exagero,
Não sou por acaso e nem sou fraco,
Luto, ainda ‘internamente’ e me afogo numa piscina cheia de ratos,
E me guardo num codinome beija-flor...
E sigo a minha estrela,
Querendo uma ideologia pra viver...

Será só uma imaginação?
Talvez, mas eu vi pais e filhos brincando na beira do mar,
Todos estavam juntos,
Das favelas e do senado,
Então eu também fui brincar,
De um jogo chamado ‘Que país é esse?’
E acabei me perdendo no meio do caminho,
Porque tinha sujeira pra todo lado...

Mas apesar de tudo eu devia estar contente,
Ainda não tenho um emprego
Mas sou um dito cidação,
Um pouco respeitado,
Uso óculos escuros e não gosto de colírio,
Bebo vinho na taberna rodeado de mulheres,
E vejo que pra fazer sucesso eu também vou ter que reclamar...

E quando converso com os amigos,
Contamos casos e besteiras,
De uma vida louca e breve,
Enchemos nossas bolas e testamos nosso sexo com todo amor,
Inalamos o odor da burguesia,
Que sempre nos trás boas novas...

Uma vez uma menina me ensinou
Que não somos donos de ninguém,
E disse: “Tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você”,
Eu queria a história de Eduardo e Monica, mas não tive.
As estações mudaram,
Está tudo diferente,
Mas meu coração nunca mudou
Ele ainda acredita que tudo seja pra sempre,
Que o pra sempre nunca acaba,
Principalmente quando se trata e amor e amizade...

Belém-Pará, dia 27 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues

domingo, 22 de novembro de 2009

Saudades, o caminho sem volta...

Ainda que eu chorasse todas as lágrimas do mundo,
Não seria suficiente para transbordar o mar de saudades que tenho mim...
Ainda que minhas lágrimas fossem pérolas,
Agora estariam todas quebradas, espalhadas pelo caminho da saudade...

Ainda que o mundo fosse de luz,
Encontrariam a escuridão,
Aqueles tem um amor,
E ainda mais, quem tem a saudade no coração...

Ainda que o vento fosse remédio,
Que o mar fosse doce,
A doença chamada saudade não teria cura,
E o mar mataria a todos com seu mel, chamado distancia...

Não há caminho de volta, para quem tem saudades,
Não há flor de brote, que não seja nesse jardim,
Sofrimentos, não há o que valha apena,
Sem que tenha uma gota de saudades...

Tenho na distancia o maior obstáculo,
Naquele mundo que não há razões pra não se amar,
Tenho nos olhos, o brilho cristalino do amor,
E tenho na alma, cravado eternamente, a saudade, aquela enorme saudade....

Belém-Pará, dia 22 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues

Ao primeiro...

Encontrei-me no seu olhar,
Me deixei levar por teu perfume,
Me entreguei a ti como ao mar,
E me perdi de amores nos teus braços...

Me encantei com a força da tua voz,
Flutuei e fui às nuvens com teu canto,
Te entreguei meu coração,
Para guardar no balsamo dos teus beijos...

Foi, a primeira chama a incendiar meu corpo,
A primeira gota de orvalho a banhar minh’alma,
O primeiro suspiro a tirar meu fôlego,
O primeiro de tudo que em mim existe...

A primeira rosa a florar no meu jardim,
A primeira luz a iluminar meus dias,
A primeira chuva a banhar meus pés,
A primeira pétala a voar em meus sonhos...

O primeiro que desse mundo me tirou,
Que me fez sonhar ainda acordado,
Que me deu forças para enfrentar as pedras,
Que germinou em meu coração,
A semente do amor e da eterna paixão...


Belém-Pará, dia 20 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues

Consciência... Um tempo, uma história...

Sou

Espero, no tempo que me passa,
A sombra dos gestos humanos,
Um abraço, apenas um abraço,
Confortando toda uma história de sofrimento...

Deixo para o mundo minha vida,
Trago as marcas do tempo no rosto,
Um olhar assustado, o medo,
Um sorriso que escondi minha dor...

Olho para o mundo e vejo o que ainda não existe,
Nós, os que criamos todos os seres dessa terra,
Escrevemos e cravamos toda uma história,
Aqui, ainda não existimos no ‘verdadeiro’ ser...

Sou por fora o que não sou por dentro,
E apesar dos pesares,
Das correntes que me seguram no passado,
Sigo de cabeça erguida para pisar nas pedras,
E construir novas histórias...
Deixarei as do passado como um exemplo da vida,
De força, de resistência, na crença,
Nas danças, na cultura, nos batuques,
Nas lágrimas de sangue e nos cristais escondidos no peito,
E um eterno amor por nossas raízes...
Eu sou índio, sou pardo,
Sou branco, sou negro, sou...
Sou um só...
Sou brasileiro...

Belém-Pará, dia 19 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues.


O Grito

Nos quintais dos casarões,
Nos campos das fazendas,
Nas ruelas das cidades,
Nos esgotos do mundo,
Nos campos de concentração,
Um grito!...

No desprezo dos mais ricos,
Nas culpas escondidas,
Nos caminhos mais escuros,
Na fome das crianças,
Nas lágrimas das mães,
Um grito!...

No preconceito da maioria,
Nas guerras civis entre nossos próprios irmãos,
Nas invasões das nossas terras,
Na destruição da nossa cultura, da nossa história,
No desespero de um pai,
Um grito!...

No mundo inteiro,
Nos amores partidos e nas flores esmagadas,
Nas canções que ensinaram geração,
Nas bombas que explodiram sorrisos,
Nas mãos sem forças pra lutar,
No olhar do velho sentado na porta,
Um grito!...

Nas crianças,
Nas mulheres,
Nos homens,
Nos jardins queimados e encharcados de lágrimas de sangue,
Um grito!...

Na esperança,
Na dor contida,
Nos sonhos,
No futuro,
Um grito!...

Belém-Pará, dia 19 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues

Cruzei a estrada do sol,
Pisei nas montanhas e pulei estrelas,
Carreguei por longos tempos o mundo nas costas,
E ganhei arranhões feitos pela lua...

Sorri para todos na passarela das flores,
Cantei as canções que não dizem nada,
Dei com as mãos o aperto preciso,
E ganhei um tapa do pássaro sem voz...

A fera, eu domei com um beijo,
Usei as unhas e feri a rosa,
O falso brilhante, no fim,
Caiu aos meus pés,
Então, ganhei no cansaço de um piscar de olhos...
Sim, e tudo acabou...

Belém-Pará, dia 19 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Equilibrista

Ouço vozes de um passado que não passou...
Instrumentos incontroláveis,
Numa platéia de canções,
Escondem-se os verdadeiros momentos...

É como um grito,
Para ser ouvido por seres mortos,
Escondidos nas raízes da tristeza e da felicidade...
Um canto de esperança, um canto, um sorriso...

É como uma combinação de sexo e amizade,
Assim, a música, a ternura e a voz,
O tenebroso equilibrista,
Misterioso, equilibrando-se no esplendor das canções...
E de noite, equilibra-se nas estrelas...

Belém-Pará, dia 09 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues

Presença...

Entrei numa máquina do tempo,
As lembranças do teu sorriso,
Do olhar hipnotizante,
Te vi sentado como antigamente,
Na sombra das lembranças e das saudades...

Olhei para o tempo e vi que a vida passou tão rápido,
E eu mal pude dizer que te amo...
Encontrei-me com as águas e o rio parecia gritar teu nome,
Então eu senti você ali, do meu lado...

O céu estava escuro, mesmo no clarão do dia,
As nuvens iam de um lado pra outro, desviando-se do meu olhar,
Tudo parecia como antigamente,
Há poucos anos atrás...
Me senti sozinho, mais uma vez, só,
Em meio a uma multidão de amores...

E foi então que nessa hora, por alguns segundos,
Senti sua mão me tocar,
Abracei o vento como se abraça um pai, você...
Então eu vi que sua presença era a força que faltava em meu coração...

Belém-Pará, dia 04 de novembro de 2009. (Andando pelo bairro da Cidade Velha).
Andrew Aramis de Castro Rodrigues

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Fico sentado, parado, olhando...
O tempo passa e eu não o vejo,
O vento entra e não o sinto,
A chuva cai e eu não a ouço... Não me molha...

Fico assim, como uma presença forte que não existe,
Como uma luz que ofusca a escuridão, o túnel,
Estou enraizado num jardim de flores em cor...
De pedras...

Não vejo um fim para tudo que tem fim,
E muito menos um começo, para cada momento de meio e fim...
Estou aqui sentado, parado,
Olhando o tempo passar,
Sem que eu possa ver...

Belém-Pará, dia 03 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues




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Eu falo de distância, do tempo, da saudade,
Falo da vida como se já tivesse vivido até demais,
Conto histórias como se conhecesse o fim,
E estou triste, pensando saber o que é tristeza...

Meu corpo inteiro fica assim,
Arrepiado em cada tragada,
Meus olhos lacrimejam em cada gole de fumaça,
Minhas mãos tremem em cada palavra...

Tento explicar o que não conheço,
Tento sorrir sem saber o gosto do riso,
Sonho, ainda acordado,
Achando está ‘confiante’ de algo...

Estou com medo, confesso.
Mas, por que estou com medo?
Sofro antecipado por coisas que não sei,
E por dentro eu grito, sim, grito,
Por não saber nada de nada...
O que é saudade?

Belém-Pará, dia 03 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues



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Ouço-a sem a música estar tocando,
Eu a sinto sem estar por perto,
O seu perfume esta no ar,
Sem que um dia ela tenha passado por ali...

Estou em vários lugares
E ainda não sai da minha cadeira,
Estou no centro, de um mundo novo,
Diferente e sem definições...

Esfrego os olhos com uma das mãos,
Com a outra, seguro o cigarro e queimo o tempo,
Mato a saudade...

Sim, ela está aqui, ao meu lado,
Dentro de mim, sempre...
Eu existo por ela,
E ela existe para que a vida tenha uma ‘razão’...

Belém-Pará, dia 04 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues



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Esses meus cabelos quando tocam o vento,
Sinto que estou quase morrendo...
Esta minha boca quando fecha pra falar,
Fala de coisas que eu mal posso suportar...

Esses meus olhos negros como a noite,
Banham a cidade com loucas alegrias e sentimentos sem definição...
Quando toco a música das estrelas, sonho com um dia todo meu,
Então eu grito, grito...
Então eu corro, corro...
E o vento me acompanha como um pai o filho...

Belém-Pará, dia 04 de novenbro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues



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Eu não choro lágrimas,
Choro palavras...
Minhas mãos...
Eu não toca em nada,
Apenas aprecio com um leve olhar...
O meu mundo vivi cheio de mundos,
Basta apenas saber a qual pertenço...

Eu não falo palavras,
Grito sentimentos,
Saudade...
Eu não sinto dor alguma,
Sinto saudades...

Belém-Pará, dia 04 de novembro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

... ... ...

Não responderei em cartas tudo o que quer saber,
Não guardarei um luar sem sim sozinho,
Sonzinho...
Não sentirei saudades num silêncio atormentador,
Pois o silêncio não existe...
Também não ligarei, para que só fique na vontade,
Posso dizer apenas que te espero,
Para um pôr-do-sol juntos...
E quando vir a noite,
Seguiremos as nossas tão sonhadas vidas...


Belém-Pará, dia 22 de outubro de 2009.


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Os dias amanhecem sem sol,
Esconde-se por trás das estrelas,
Dos caminhos de uma floresta encantada,
De sonhos acordados,
De cantos,
Sussurros,
Gemidos,
E vontades...

Meus dias são longos,
O tempo passa arrastado para que eu aprenda com a saudade,
Com a distância...
Meus olhos dormem acordados,
Sonham abertos com as flores que perfumaram todos os nossos momentos...

Hoje nossos caminhos estão separados,
Para que possamos ficar juntos, no coração,
No final de toda essa solidão...

Belém-Pará, dia 23 de outubro de 2009.


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Piaf canta para que eu possa voar,
Junto a fumaça do meu charuto,
Afogando-me no vinho caro e claro,
Que banhou histórias e fez do tempo seu melhor amigo...

Danço no meio do ‘quarto-sala’,
Sozinho,
Abraçando a saudade...
A luz apagou-se,
E apenas o brilho das cinzas ilumina o breve espaço do tempo,
Acompanhando as vozes das estrelas que entram pela janela...

Num francês enraizado, sonho,
Na dança perdida em teus braços...
Beijo com fumaça o nada,
Lembro das risadas, daquele som,
Abro os olhos e vejo que estou só,
Com os fantasmas da distância e da saudade...

Belém-Pará, dia 26 de outubro de 2009.


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No riso preso, acompanho o ar,
Nas lembranças contidas,
Sofro sem pensar no tempo,
Ouço gritos, que ao fim de tudo transformam-se em cantos,
Sem encanto algum...

Regendo um coral de dor sem melancolia,
No falso brilhante da noite,
E assim, como flores solitárias,
Planto saudades no jardim suspenso
Nas nuvens de minha alma...

La Vi En Rose, sim, numa vida cor de rosa
Vou esquecendo os negros tempos,
Passados com o trem,
E vou seguindo pelos trilhos da vida...

Belém-Pará, dia 26 de outubro de 2009.


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Uma arte...
A poesia é como um teatro,
Cheio de sonhos, pesadelos,
Risos, lágrimas, alegrias,
Tristezas, sombras,
E muita luz...

A ribalta esta sempre posta à acender,
Quando das palavras surgem o brilho,
E as palmas traduzem toda a arte...
Uma verdadeira forma de amor...
Poesia...
Arte...

Belém-Pará, dia 28 de outubro de 2009.
Andrew Aramis de castro Rodrigues

Caminho...


Rasguei todas as outras cartas,
Queimei todas as folhas mortas que me seguiram com o vento,
Deixei pra trás todo olhar de arrependimento,
E aprisionei todo o sentimento, a vontade de querer voltar...

Costurei meus lábios com fios de saudades...
Estou abrindo os braços, aos poucos, para abraçar novos mundos,
Penso que o mundo está muito calado,
E vejo, em gritos, que meu coração quer novas realidades...

Meus olhos seguem uma nova imagem,
Que corre, voa, pela janela em movimento.
Caminho por onde os pássaros tem medo da noite,
E sei que apesar de tudo e de todos,
Tenho que caminhar sozinho...

Belém-Pará, 22 de outubro de 2009.
Andrew Aramis de Castro Rodrigues