terça-feira, 30 de março de 2010

TV Na Madrugada

De madrugada ligo a Tv e a deixo sem voz,
Para ver o máximo de luzes
e imagens refletidas na parede, no teto, no céu,
onde mi há imaginação,
ao som do radio,
me da as melhores viagens ao centro da terra...

ligo a Tv para ler os lábios incólumes
de personagens que vivem mortos,
mortos numa caixa de sonhos e desejos,
para onde os olhos caminham
a mercê de uma louca fumaça
de um cigarro barato...

De madrugada ligo a Tv para
escrever o que vejo, o que não vejo,
o que sinto, o que desprezo,
numa madrugada de ócio e solidão,
onde os lençóis da cama se entrelaçam
nos meus pensamentos...

De madrugada ligo a Tv,
Meus pensamentos e sentimentos resistem
oclusos por alguns instantes,
instantes que não duram a um piscar de olhos,
quando o coração expugna, a pulos,
todo o meu corpo...

De madrugada ligo a Tv,
Desfaço-me em tons de neon,
Me perco nessa mistura de cores,
E então desapareço, ao desligar a TV...

Belém-Pará, dia 15 de março de 2010.

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